Drinks para estranhos

“Sabe o que é legal? Pagar drinks para estranhos.”, disse o americano que sentou na nossa mesa do bar quando estávamos quase indo embora.

Era meia-noite, tinhamos pulado de bar em bar para conhecer a vizinhança do hostel em Boston e este era o terceiro da noite. Cada um só tinha bebido umas três cervejas, mas estávamos cansados de dirigir o dia todo, então a noite já estava acabando.

Pedimos a conta e, enquanto ela demorava para chegar, um americano perguntou se poderia apoiar os copos na nossa mesa “já que ele não ia entender nada do que falávamos”. Não vimos problema, claro. Começamos a conversar e ele logo disse que seu conhecimento sobre o Brasil se limitava a “é um país”.

Ele descobriu que falamos português, nós descobrimos que ele trabalha em uma start-up do Google. Ou seja, eramos três nerds na mesa. Ele era Barney Stinson style: tenta vários tipos de jogadas e inventa histórias para pegar garotas. Nós fazíamos parte do plano dele para chegar na garçonete, então teríamos que ficar lá até o horário do bar fechar, às duas da manhã. Isso significava duas palavras: free drinks!

Uma cerveja, ele tem 23 anos, outra cerveja, ele é de Seattle, mais uma cerveja, estudou psicologia, última cerveja, se supreendeu com nosso conhecimento de MMORPG.  Quando passamos para os destilados, parecia que nos conhecíamos há anos, conversando sobre o mundo nerd, viagens e sua (ex)namorada ucrâniana, que ele tinha acabado de deixar no aeroporto.

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Quando bateu 2 horas e fomos expulsos do bar, ele até tentou, mas não teve sucesso com a garçonete. Acabamos a noite num restaurante chinês conversando sobre qualquer coisa e combinando a cerveja de hoje.

No fim, não tem como discordar, é muito legal pagar drinks para estranhos.

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