Sexta, 19 de Setembro

O centro de toda cidade tem uma mágica inexplicável pra mim. A mistura de prédios históricos, turistas, escritórios modernos, cafés temáticos, pedaços de arte espalhados pelas paredes e até os garçons que te chamam para dentro dos restaurantes com todos os sotaques possíveis só fazem meus olhos brilharem ainda mais. São pedaços de uma cultura misturados em um apanhado de ruas, dando o bê-a-bá de como aquela cidade se tornou o que é hoje. Ontem passeamos pelo centro de Berlim durante a tarde até parte da noite. Passamos por becos escuros, seguimos estranhos para ver até onde eles iriam, fomos atraídos por ruas residenciais com luzes neon que explodiam bem lá no fundo, como fogos de artifício.

Entramos em bares, tropeçamos nas calçadas, conhecemos lojas novas, amamos tranqueiras, fotografamos o cotidiano de uma cidade que só cresce e ainda assim nos dá essa sensação de segurança do interior. Cantamos no meio da rua junto com os músicos de restaurantes e fuçamos nas gavetas de um museu interativo até sermos expulsos dali. Erramos a hora, o caminho e o metrô. Sentamos na rua, conversando e observando o movimento das luzes em um centro da cidade quase vazio. Tivemos ideias, tomamos um bom vinho, passeamos de mãos dadas até nossa casa sem nem ver o tempo passar.

No fim da noite, já no bar ao lado de casa, tivemos um show privado de alemães e espanhóis tocando músicas árabes em uma rodinha de amigos que nunca vimos ou veremos de novo, mas que fecharam nossa noite inventando melodias sem significado, dançando com castanholas, criando músicas com um pandeiro árabe, dois violões e um tambor. Saímos dessa cena de filme e logo estávamos em casa, nos perguntando se aquela noite foi mesmo real. Que forma deliciosa de terminar mais um dia em nossas vidas.

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