4 coisas que aprendi viajando por 3 anos – e contando

Ainda acho meio surreal fazer essa conta, mas já faz 3 anos e meio que saí do Brasil pela primeira vez para viver ao redor do mundo enquanto trabalho pela internet. São anos e anos procurando apartamentos constantemente, mudando de ambiente, amigos, restaurantes, bares, supermercados e línguas o tempo todo, tão frequentemente que se tornou uma coisa comum, que eu quase não enxergo mais como especial e de vez em quando quase deixo passar o quanto sou privilegiada por ter essa possibilidade de vida.

Desde que a minha vida virou uma constante viagem, quase mais nada parece uma viagem. Dá pra entender? Ainda é viagem se você tem um lugar para chamar de casa e onde gosta de cozinhar todos os dias? Pra falar a verdade, a mistura entre viagem e vida-quase-comum são linhas muito tênues na minha vida. E foi com essa mentalidade de nômade que eu separei algumas coisas que aprendi vivendo cada hora em um novo lugar.

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São aprendizados que ganhei nessa vida de constantes viagens mas que se aplicam para qualquer situação, seja para quem já é ou quer ser nômade ou só aplicar para a sua vida em um só lugar, mudando a chavinha da sua cabeça. No fim, SEMPRE dá pra viajar na nossa própria cidade – e chamando tantos lugares diferentes de casa pelos últimos anos eu consigo cada vez mais enxergar isso.

1. Conhecer pessoas novas te dá mais histórias para contar do que pontos turísticos

Pontos turísticos podem ser incríveis, cheios de histórias pra contar e lugares lindos para babar e fotografar. São incríveis e parte importante de qualquer viagem. Mas, as boas histórias mesmo, daquelas que você vai guardar para sempre e contar para os amigos sempre estão ligadas com alguém interessante que você conheceu e que acabou te levando para um lugar novo, uma experiência que você vivenciou ao lado de um desconhecido ou até uma conversa interessante com alguém que tem toda uma vida diferente de você!

2. Você aprende demais só observando

Quando chego em uma nova cidade, uma das minhas estratégias principais é observar como os locais se comportam. Como eles caminham pela rua, como colocam as compras do supermercado na esteira, quais são seus hábitos da manhã, as músicas que estão ouvindo, os pratos que elas pedem no restaurante e tudo que posso absorver de quem está ao meu redor. Isso sempre me ensina MUITO sobre o lugar que estou, como me comportar para parecer uma local e até aprender novos hábitos que eu nunca tinha pensado antes.

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Eu adoro sentar na parte externa de um café e ficar lá só assistindo a vida passar, nem que seja só por meia horinha na hora do café da manhã, só absorvendo tudo que uma nova cultura pode me trazer. Sempre aparece uma coisa nova que eu nunca tinha pensado antes que posso aplicar pra minha vida.

3. Duas ou três palavrinhas não matam ninguém

Mesmo mudando de país o tempo todo, muitas vezes também mudando de língua local, eu sempre tento aprender algumas coisas assim que chego lá. O básico, pra mim, é sempre: oi, por favor, obrigada e desculpe. Mesmo que você não fale mais nada na língua local, só dizer oi e obrigada do jeito que eles dizem sempre resulta num sorriso.

Falei tudo em inglês, mas agradeci em búlgaro. Disse o valor em croata, mesmo pedindo as coisas em inglês. Coisas desse tipo. Só esse esforcinho básico já mostra que você respeita a cultura que está vivendo ali e não é o turistão-sem-noção, que não faz esforço nenhum pra aprender alguma coisa com a viagem.

4. A cultura do outro é um mapa do tesouro

Não tem nada mais sofrível do que ouvir alguém falar “eu tô aqui gastando dinheiro, eles tem que se adaptar a mim!”. O fato de você estar em um país gastando seu rico dinheirinho não significa que você pode fazer o que quiser ou esperar que as pessoas se adaptem ao que você gosta – seja na língua, nos hábitos, na simpatia ou na paciência. Chegar em um país novo é se abrir para uma cultura nova, garantindo que você vai tirar coisas dali, e não achar que as pessoas estão ali para te servir – porque elas não estão.

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Por exemplo: em muitos países as pessoas não são tão sorridentes quanto nós, brasileiros. Por um número de razões que moldaram esse povo através da sua história, podendo variar desde temperatura, guerras, instabilidade econômica ou só uma forma diferente de se comportar. Isso não quer dizer que eles são, necessariamente, frios ou mal educados. Aprenda a entender e respeitar as diferenças, mesmo que você não se sinta confortável no começo. Entendendo a história de um povo você consegue enxergar cada uma dessas nuances culturais com muito mais carinho e atenção – além de ser interessante pra caramba.

 

Depois de tanto tempo conhecendo culturas novas o tempo todo, aprendi que a coisa mais incrível de viajar ou morar em outros lugares é sempre, sempre, sempre quem vive ali. Seus hábitos, suas histórias, os lugares que eles podem te levar – que nenhum guia vai te indicar – e, principalmente, tudo que você consegue absorver, aprender e trazer com você. 😃

E você, o que aprendeu viajando por aí? Conta aqui nos comentários! :D

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