Os festivais de música e os americanos

Durante esse um mês e meio de viagem, tivemos a oportunidade de ir em dois festivais aqui nos Estados Unidos, o Coachella e o Bamboozle, um muito diferente do outro. Pra começar, um acontece no deserto e o outro na praia, um em cada costa. Mas precisamos dedicar um post aqui para falar sobre a animação dos americanos nesses festivais.

No Coachella, além de dormir no carro num calor de 40 graus, também assistimos vários shows sensacionais. Esse ano ele não teve muitas bandas que somos apaixonados, mas fomos muito mais para conhecer e saber como é estar em um festival tão famoso quanto ele, e foi ótimo!
Alguns dos principais shows eram Black Keys, Arctic Monkeys <3, Swedish House Mafia, Radiohead, Noel Gallagher, Snoop Dogg (e o Tupac), Justice e Florence and the Machine.
Bandas legais, diferentes entre si, mas só Arctic Monkeys e Black Keys realmente me apeteceriam se não envolvesse todo o festival.

Eu sou muito fã de Arctic Monkeys, e na hora do show fomos até a grade para ver melhor, nada muito complicado aqui nos EUA. Chegando lá, tinha uma menina sentada no chão, mexendo no celular. Ok, ela vai levantar para assistir o show quando ele começar, né? Não, ela não vai. Ela passou o show todo sentada na grade do show, mexendo a cabeça enquanto usava o celular, e ninguém se incomodou com isso. Ok, né?

Leia também: De real para dólar: como transferir dinheiro para os Estados Unidos?

Outro dia: show do Black Keys e, como alguns de vocês sabem, eles tem música muito dançantes! Ok, ninguém dançava, só a gente e outras pouquíssimas pessoas, recebendo olhares estranhos de vez em quando.

Exemplo de como Black Keys é dançante (vejam o vídeo):


No mês seguinte, acabamos decidindo dar mais uma chance aos festivais americanos e ir ao Bamboozle de última hora. Ele aconteceu em New Jersey, numa cidadezinha chamada Asbury Park e, dentre várias bandas, teve Incubus, Foo Fighters, The Maine, Skrillex e Bon Jovi.
(Era para ter Blink, mas o Travis teve que fazer uma cirurgia de emergência na garganta e eles cancelaram :( )

E nesse, como se não bastasse a calmaria e a salva de palmas cronometrada entre as músicas, no show do Incubus eu cheguei a receber uma bronca de duas meninas porque estava pulando durante as músicas(!!!!!). Levei muito a sério e parei, só que não.


É muito óbvio porque as bandas são tão apaixonadas por nosso público: nós damos nossa vida por eles, dormimos na porta dos estádios, gritamos, pulamos e choramos loucamente a cada show. Sério, fazer show para uma platéia enorme como a do Coachella e ninguém cantar junto com você nas músicas deve ser deprimente.

Sabe aqueles vídeos de multidões nos festivais, cantando junto e de braços para o alto? É exatamente isso que eles fazem por aqui…e só. Braços para o alto e uma pequena seqüência de palmas no intervalo de cada música. O resto é jogo de filmagem com meia dúzia de pessoas que estão party hard.
Para falar que eles não piraram em nenhum show, vimos isso acontecer no Swedish House Mafia, em que o Coachella inteiro dançou junto e foi lindo. Talvez eles tenham toda essa paixão pela música eletrônica e não se animem com outros estilos, sei lá. Não sacamos.

É um jeito – muito – diferente do nosso de curtir os shows, achamos bem bizarro. Para quem gosta de ficar o mais próximo possível da banda, é ótimo, mas às vezes até desanima você ser um dos poucos pulando e cantando junto.
Na verdade, a exceção aí é o Brasil, que o povo pira loucamente. O resto do mundo age dessa mesma maneira.

Mas nem por isso vamos deixar de ficar pulando e dançando no meio deles, né? ;)

1 Comment

Leave a Reply to Sónia Bento Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *